quinta-feira, 28 de maio de 2009

Vila Amazônia: cultura de fibra

Equipe: Evelyn, Hemilys, Karina, José Raimundo, Thaís e Egiberto.

Na década de 20, o Amazonas sofria declínio na economia. A concorrência dos asiáticos era desleal, comercializando a borracha pela metade do preço. Mas, o governador Ephigênio Salles na tentativa de estabilizar o problema, passou a oferecer terras aos japoneses em troca de mão-de-obra especializada.
A população japonesa crescia ligeiramente, embora muitos migrassem para o Peru e Estados Unidos, esses países começavam a impor regras aos estrangeiros. Uniu o útil ao agradável. No entanto, faltavam pessoas que acreditassem no projeto, pois, dois empresários japoneses desistiram por conta da distância, trabalho e investimento. E, comentando com o deputado Tsukasa Uyetsuka, acreditou que um projeto de imigração bem feito seria rentável, comprando 1,5 mil hectares onde hoje é a cidade de Parintins, a 390 km de Manaus. O local era estratégico, entre os rios Amazonas e o Paraná dos Ramos, em razão do escoamento tanto para Manaus quanto para Belém.
Originária da Índia, a juta foi escolhida para ser a base econômica da colônia. A comercialização de sacos de café e outras mercadorias, para absorver umidade e preservar seus conteúdos. Um projeto ousado no meio da Floresta Amazônica, já que os países não produziam em larga escala.
Mas, para isto acontecer, precisava de mão-de-obra qualificada. O deputado Uyetsuka, transformou uma escola de artes marciais, no Japão, na Escola Superior de Imigração (Kokushikan Koutou Takushoko Gakko). Desse nome surgiu a expressão Koutakuseis para identificar esses estudantes de 18 a 20 anos, que aprendiam técnicas de cultivo, noções de construção civil e língua portuguesa, além dos desafios na floresta.
O plano parecia perfeito. Boa localização, produto valorizado, trabalhadores qualificados. Porém, a juta não atingia o tamanho ideal para o corte (aproximadamente 4 metros). Além de colherem com o corpo submerso, mosquitos e pouca infra-estrutura da vila, com moradias simples. Até que Riota Oyama colheu mudas visosas, dando esperança para a colônia, que estavam desesperados para retornar ao Japão. Por ordem do deputado, entre 1933 e 1936, essas sementes foram plantadas e obtiveram êxito.
Com o apoio de empresas japonesas o projeto pôde continuar e conseqüentemente fundar em 1935, a Companhia Industrial Amazonense, subsidiária no Brasil da Cia. Industrial da Amazônia. E, duas tecelagens foram instaladas, a Brasiljuta e Fitejuta para suprir a demanda.
Sete turmas de koutakusei, ou 249 jovens foram enviados ao Brasil, em sete anos. A intenção era que tivesse 10 mil famílias e torna-se um pequeno Japão na Amazônia. Só que Uyetsuka não imaginava que estourasse a guerra, com a o ataque a Pearl Habour e com isso muitos imigrantes foram levados a Tomé-Açu, no Pará, como prisioneiros de guerra.
Hoje, a Vila Amazônia é apenas ruínas, colonos foram desapropriados, os bens foram vendidos em leilão como herança de guerra. Os caracteres japoneses nas lápides das pedras lembram homens com malária, febre amarela, para levar o plano da imigração no país.

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