sexta-feira, 15 de maio de 2009

A seringueira da Amazônia

Seringueira da Amazônia


Por: Eduardo Gomes
Eliana Barbosa
Gabriella Maués
Izabel Rocha
Jéssica Vasconcelos
Madellyne de Cássia
Marawe Mendonça



HEVEA BRASILIENSIS


A SERINGUEIRA DA AMAZONIA





Nome científico: Hevea brasiliensis


Família: Euforbiáceas

Nome comum: seringueira, heveacultura, seringa, sertinga verdadeira,cau-chu, árvore da borracha, seringueira-branca, seringueira-rosada.

Características Morfológicas: planta que pode chegar de 20-50 metros de altura, com tronco reto, folhas compostas trifolioladas, com folíodos membranáceos e glabros.

Origem: Brasil . A planta é originária da selva Amazônica, na margem de rios e lugares inundáveis da mata.

Madeira:
Leve, mole, de baixa durabilidade natural.


UTILIDADE




A madeira pode ser empregada para forro e caixotaria. Seu maior valor reside no látex extraído do seu tronco, que é transformado em borracha de execelente qualidade; produto largamente utilizado, com destaques nos setores automobilístico, calçadista, construção civil, plásticos, materiais hospitalares, cabos elétricos , fios de tecidos, tecidos impermeáveis e cintas.


Sua exploração representou no passado a maior atividade econômica da região, colocando o Brasil durante muito tempo como o único produtor e exportador desse produto.


INFORMAÇÕES




Os países Asiáticos, Malásia e Indonésia, começaram a dominar a exportação mundial de borracha produzida em grandes plantações e sem a ocorrência de uma doença muito comum no Brasil, o mal-das-folhas, causada por um fungo. Considerando-se que na região Amazônica, o clima favorece o desenvolvimento dessa doença, a partir de 1970, iniciaram-se plantios de seringueiras em pequenas propriedades na região Sudeste, onde o clima é bem diferente daquela.


A seringueira enxertada permite o início da sangria para a extração do látex aos 7 a 8 anos após o plantio de mudas. A sangria é feita através de incisões no tronco, mais ou menos a 1,50 metros do solo, e a cada três a sete dias o ano todo.


A produção do látex pode se estender por cerca de 50 anos. A planta se desenvolve bem e produz látex em condições de temperatura quente à amena, boa disponibilidade de água no solo durante o ano, solos profundos e com boa drenagem, mas não tolera geada forte ou regiões frias.


A propagação é feita por sementes e por enxertia. Por sementes não é recomendada para a produção de látex, porque as plantas não são uniformes, mas boas como porta-enxerto. O método por enxertia é a mais usada e interessante, porque permite a enxertia com gemas de plantas matrizes vigorosas, com alta capacidade de produção de látex e com resistência genética ao mal-das-folhas.


PRODUÇÃO E PRODUTIVIDADE




Em 1999, a Malásia e a Indonésia produziram juntos 3 milhões de toneladas, que corresponderam 90% da produção mundial. Outros países produtores são: a Tailândia, a Índia e a China.


O Brasil ainda está longe de atender as suas necessidades em borracha, mas vem aumentando a sua produção a cada ano. A produção brasileira é estimada em 90.000 toneladas e consome 250.000 toneladas de borracha natural por ano e a produtividade média de borracha seca, no estado de São Paulo, está em torno de 1.000 quilos por hectare ao ano.


As regiões Sudeste e Centro-Oeste são as que mais produzem no país, particularmente nos estados de São Paulo (maior produtor), Goias, Mato Grosso e Espirito Santo.


Do Apogeu a Decadência



O Brasil é um país cheio de riquezas naturais e de uma cultura incomparável, seu povo é formado por diversas etnias que engrandecem e fazem as pessoas se orgulharem de poder contribuir para o crescimento deste que é chamado de “pulmão do mundo”.

Ao longo de sua história o Brasil viveu momentos de esplendor e decadência sua economia passou por diversos ciclos como as Drogas do Sertão, outro ciclo que enriqueceu o país por diversos anos foi o ciclo da borracha que possibilitou à varias cidades do Amazonas como Belém e Manaus um reconhecimento diante das outras capitais pois até então por sua localização o norte do Brasil era esquecido.

O ciclo da borracha constituiu uma parte importante da história econômica e social do Brasil, estando relacionado com a extração e comercialização da borracha.

O desenvolvimento tecnológico e a Revolução Industrial, foram o estopim que fizeram da borracha natural, até então um produto exclusivo da Amazônia, um produto muito procurado e valorizado, gerando lucro imediato a quem se aventurasse neste comércio que contava com a mão de obra quase que exclusiva de nordestinos vindos principalmente do Ceará onde sofriam incansavelmente com a seca.

Desde o inicio da segunda metade do século XIX, a borracha passou a exercer forte atração sobre empreendedores visionários. A atividade extrativista do látex na Amazônia revelou-se de imediato lucrativa. A borracha natural logo conquistou um lugar de destaque nas indústrias da Europa e da América do Norte, alcançando elevado preço.

Como tudo que é feito em exagero gera conflitos e discussões assim aconteceu também com o extrativismo descontrolado da borracha, pelo fato dos trabalhadores brasileiros adentrarem mais nas florestas do território da Bolívia em busca de novas seringueiras para extrair o precioso látex, aconteceram conflitos e lutas por questões fronteiriças. O Barão do Rio Branco e o embaixador Assis Brasil, em parte financiados pelos barões da borracha, ajudaram diplomaticamente na assinatura do Tratado de Petrópolis, assinado em 17 de novembro de 1903 no governo do presidente Rodrigues Alves.


Este tratado pôs fim ao problema com a Bolívia. O Brasil recebeu a posse definitiva da região em troca de terras do Mato Grosso, do pagamento de 2 milhões de libras esterlinas e do compromisso de construir uma ferrovia que superasse o trecho encachoeirado do rio Madeira e que possibilitasse o acesso das mercadorias bolivianas, aos portos brasileiros.

A ferrovia Madeira Mamoré chegou a ser construída porém dizimou milhares de vidas de trabalhadores que por culpa das doenças como a malária acabaram perdendo suas vidas no meio do caminho, talvez a construção não tenha sido um dos melhores momentos do ciclo da borracha pois o preço do produto caiu vertiginosamente e devido o fato de que o transporte de outros produtos que poderia ser feito pela Madeira Mamoré foi deslocado para outras estradas ferro a ferrovia foi desativada parcialmente em 1930 e totalmente em 1972.

Outro problema que fez com que o apogeu da borracha acabasse foi o fato de que quando o ciclo da borracha ainda iniciava em sua fase de progressiva expansão, uma medida decisiva, que no futuro próximo aniquilaria a economia do Estado, tinha sido levada a cabo; o contrabando de sementes de seringueira para a Inglaterra daí, para suas colônias na Ásia, onde seriam cultivadas.


Em 1900, as colônias britânicas da Ásia já disputavam o mercado e em 1913 a produção asiática já superava a produção brasileira. A partir de então, a produção de seringa brasileira passou a despencar cada vez mais e por o fim do apogeu da borracha aconteceu deixando rastros na história do Brasil e principalmente na história do Amazonas.




A SEGUNDA FASE DO CICLO DA BORRACHA


A Amazônia de 1942 até 1945 voltou a viver o ciclo da borracha devido a Ásia está vivendo a Segunda Guerra Mundial. Como os japoneses dominaram militarmente o Pacifico Sul nos primeiros meses de 1942 e invadiram também a Malásia, o controle dos seringais passou a estar nas mãos dos nipônicos, o que culminou na queda de 97% da produção da borracha asiática.

O Brasil com incentivo do então presidente Getulio Vargas se propôs novamente a ser o principal produtor da borracha para isso foram necessários novamente os nordestinos que pela seca aceitaram as condições de trabalho da selva um lugar propicio a doenças e outros males para que a produção passasse de 18 mil para 45 mil toneladas, como previa o acordo feito pelo presidente com os Estados Unidos que financiava o material bélico para extração do látex em larga escala.

Para conseguir trabalhadores que viessem para tais condições foi necessário fazer um alistamento como se eles viessem para uma guerra foi prometido coisas que nunca foram cumpridas pois o caminho para muitos foi sem volta.Cerca de 30 mil seringueiros morreram abandonados na Amazônia, depois de terem exaurido suas forças. Morriam de malária, febre amarela, hepatite e atacados por animais como onças, serpentes e escorpiões. Calcula-se que conseguiram voltar ao seu local de origem a duras penas e por seus próprios meios cerca de seis mil homens.

Os finais abruptos do primeiro e do segundo ciclo da borracha demonstraram a incapacidade empresarial e falta de visão da classe dominante e dos políticos da região. O final da guerra conduziu, pela segunda vez, a perda da chance de fazer vingar esta atividade econômica.


Economia


Brasil consome cerca de 250 mil toneladas de borracha por ano


A movimentação econômica gerada pelo cultivo da seringueira é composta por inúmeros segmentos. Entre eles o produtivo, os insumos e serviços, o consumidor e o distribuidor.
O produtivo está relacionado com a produção e extração do látex virgem, ocasionando o beneficiamento da borracha natural. Já os insumos s serviços estão de certa forma ligados a fatores tecnológicos, como as maquinas e equipamentos.
O consumidor por sua vez, está ligado a dois tipos de industrias; a pesada e a leve, sendo a ultima a de maior destaque por possuir muitos setores que utilizam o produto extraído da seringueira: o látex. A industria que movimenta essa economia florestal é constituída por vários setores, como por exemplo: hospitalar, brinquedos, vestuário, calçados, construção civil, autopeças e etc.
Os produtos são os mais variados e estão presentes no cotidiano de muitas pessoas, como exemplo, temos o âmbito hospitalar, onde o material é utilizado na produção de cateteres, próteses, preservativos, luvas cirúrgicas e outros. Para as crianças tem um significado especial, pois está representado na forma de brinquedos, como bexigas, mascaras e bonecas.
O publico adulto é o que mais se beneficia dos produtos. O setor de vestuário se estende desde os tecidos emborrachados, ate meias e também elástico utilizado para a confecção de roupas.
Calçados para todos os gostos, com amortecedor ou de bico fino, a borracha está presente nos menores detalhes. As bolsas de borracha fazem o maior sucessos entre as mulheres, e agora substituem as de couro, na intenção de preservar os animais da fauna brasileira e tornar a seringueira um produto da economia florestal gerada em nosso Estado.
No setor automotivo a borracha se destaca principalmente no uso para a fabricação de câmaras de ar, batedores e retentores. Pisos, revestimentos de borracha, placas e vedantes são produtos pertencentes a construção civil, que também se utiliza dos resultados obtidos atravéz do cultivo da hevea brasilienses ( nome cientifico da seringueira).
Para o cultivo da espécie, emprega-se uma pessoa a cada quatro hectares plantados. Ao contrario de outras atividades agrícolas, pecuárias e florestais que dispõe uma vaga para cada dez hectares.
O Brasil consome cerca de 250 mil toneladas de borracha por ano e produz aproximadamente 90 mil. Os gastos com a importação do produto ultrapassaram US$ 1 bilhão entre 1992 e 2002.



Ciclo Agroindustrial da Seringueira


A seringueira é originaria da região amazônica do Brasil. A borracha dessa arvore foi descoberta em meados do século XVIII e atualmente é a principal fonte de borracha do mundo. A importância econômica e industrial da borracha fazia da seringueira uma arvore estratégica, sendo que sementes foram levadas pelos ingleses para serem plantadas em colônias na Ásia.
No Brasil, o governo insistia na extração de borracha na região amazônica, gastando muito dinheiro para subsidiar esse sistema de produção. Quase todas as tentativas de cultivo intensivo da seringueira na Amazônia fracassaram, devido a incidência do fungo microcyclus (fungo causador do mal-das-folhas da seringueira).
A esperança de o Brasil voltar a ser novamente um produtor de borracha só aconteceu quando foi descoberto que a seringueira podia ser cultivada fora da região amazônica, utilizando novas técnicas e escapando dos fungos.
O cultivo da seringueira no Brasil, apesar de todos os desafios, está se estabelecendo como uma atividade lucrativa e sustentável. A industria de beneficiamento da borracha, passou por um forte período de modernização a partir de 1996.
Outro destaque que engloba o ciclo de movimentação de cultivo da seringueira, este relacionado aos assuntos que tratam de temas sobre efeito estufa e aquecimento global, pois estudos podem confirmar que a árvore pode fixar carbono, e desta forma contribuir para a redução dos gases de efeito estufa. A seringueira é uma espécie apta a reposição florestal, podendo assim, ter sua madeira comercialmente explorada.





O Centro Nacional de Seringueira foi criado
Embrapa desenvolve projeto a partir de clones de seringueira


A Embrapa foi criada em Manaus como Centro Nacional de Pesquisas da Seringueira em 1974, justamente para concentrar pesquisadores e formas de pesquisas pra fazer gerar resultados que possibilitassem o aumento da produção e o plantio racional das seringueiras.
dentro do âmbito do Probor (Programa que incentiva a produção de borracha natural), que era coordenado pela Subev (Superintendência e Desenvolvimento da borracha que era um órgão do governo federal), então foi investido muito recurso não só de pesquisas como também de apoio, o centro de Manaus girava todo em torno da seringueira com algumas outras culturas.
A Embrapa com a tentativa de gerar a tecnologia disponível para os produtores, dentro do âmbito do programa de incentivo da produção da borracha. Os pesquisadores antes da Embrapa, desde a década de 20 e 30, já se tentavam fazer o plantio da seringueira, porém sempre houve esse problema do ataque dos fungos na planta.
Tantas as pesquisas iniciadas antes e depois da criação da Embrapa, tentou buscar os clones da planta Hevia Brasiliense, mas os resultados foram sempre desastrosos, na região Amazônica com o avanço das pesquisas chegando ao resultado que nunca era esperado, porque as plantas sempre eram atacadas pelo fungo, então a possibilidade de fazer cultivo, empregando a técnica da enxertia de copa resistente que já era uma técnica utilizada, pesquisada antes da criação da Instituição, como ela concentrou toda a atenção na pesquisa para a cultura da seringueira, as tentativas de obter o resultado com enxertia de copa começaram a tomar forma.




MUSEU SERINGAL


"Vila Paraíso"





O Museu do Seringal Vila Paraíso, localiza-se á margem esquerda do Rio Negro, Na boca do Igarapé São João, em uma área rural. Foi inaugurado em 2002 e tem o apoio do Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura.


É um ponto turístico e tem como principal objetivo, conduzir os visitantes aos tempos áureos da Borracha. A visita começa através de uma ponte que da acesso a "Casa do Senhor do Seringal" ou "Seringalista".


É uma casa que mistura um pouco do rústico com o sofisticado. Conforto e elegância vindos diretamente da Europa. Lá é possível encontrar móveis e utensílios da época.


Após conhecermos a "Casa do Seringalista", o passeio continua no "Barracão de Aviamento", que era o local onde os seringueiros entregavam as pelas de borracha. O trajeto prossegue até a capela dedicada a "Nossa Senhora da Conceição" e depois até a "Casa das Mulheres": uma espécie de local onde as mulheres se banhavam.


De lá seguimos por uma trilha que nos leva até a "Árvore da Seringueira", onde é possível conhecermos o processo de coleta do látex. Esta mesma trilha nos leva até o "Tapirí de Defumação da Borracha", local onde era confeccionada as pelas.


Mais adiante nos deparamos com a "Casa do Seringueiro", o "Cemitério" e a "Casa de Farinha", onde é feita a fabricação de farinha de mandioca. Todos estes locais são bastantes interessantes porque retratam a vida e os costumes dos antigos seringais da Amazônia.




"CURIOSIDADES"




*Gel antirrugas
O látex da seringueira, do qual é feita a borracha natural, pode agora levar a um gel antirrugas, como resultado do trabalho integrado de especialistas de laboratórios de universidades e de empresas brasileiras.


O novo creme representa uma das aplicações mais recentes do látex da seringueira, um líquido esbranquiçado leitoso estudado na USP de Ribeirão Preto desde 1994. Ali, apoiados pelo químico Antonio Cesar Zborowski, de uma indústria de borracha natural da região de São José do Rio Preto, dois médicos da universidade, Joaquim Coutinho Netto e Fátima Mrue, criaram próteses de esôfago com borracha natural e as implantaram em cães.

*Durante o ciclo da borracha (1879-1912), a Amazônia foi responsável por quase 40% das exportações brasileiras. Manaus era a capital mundial da venda de diamantes, e o seu teatro, com 681 lugares, foi construído na Europa e trazido de navio para ser montado no Brasil.


Sob o calor de 40 graus, os ricaços usavam terno, gravata-borboleta e colete, imitando os ingleses. As mulheres vestiam-se com modelos parisienses.Graças à borracha, nos primeiros anos deste século a Amazônia teve uma renda per capita duas vezes superior à da região produtora de café São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.


A riqueza acabou quando ingleses levaram as mudas de seringais para a Malásia, até hoje líder mundial na produção de borracha natural. Até 1839, a borracha era um artigo que agradava mais aos curiosos do que aos empresários.


Ela derretia no calor e tornava-se quebradiça no frio. Naquele ano, um americano chamado Charles Goodyear (daí a marca do pneu) descobriu o processo de vulcanização da borracha. Isso a tornou estável, tanto no frio quanto no calor.


O comércio explodiu. Entre 1850 e o começo deste século, as exportações do produto na Amazônia aumentaram trinta vezes.



*Produto da seringueira ajuda a curar lesões no esôfago, tímpano e vasos sangüíneos



Presente em vários aspectos da vida cotidiana, o látex extraído da seringueira (Hevea brasiliensis) e base da borracha utilizada em pneus, camisinhas etc, chega agora na área médica.


Uma pesquisa pioneira realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um biomaterial à base do produto capaz de estimular o crescimento de vasos sangüíneos (angiogênese) e tecidos (neoformação), estimulando assim o processo de cicatrização de feridas.

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