quinta-feira, 28 de maio de 2009

Solos

Equipe: Karina Raposo, Thaís Azevedo, Evelyn Salgado, Egilberto Monteiro, Hemilys Oliveira e José Rimundo Lopes.


Foto: Karina Raposo.

Pesquisardor explica as diferenças entre os solos.
Imagem: Thaís Azevedo.










Infográfico








Foto: Karina Raposo.

















Paulo César Teixeira Pesquidor
da Embrapa, especialista em solos.





















































Meio Ambiente


Diversidades do solo Amazônico


A Amazônia é um berço de variados tipos de solo, porém, devido ao grande cultivo desordenado em suas terras, o solo está ficando sem nutrientes, para conseguir desenvolver determinados tipos de plantio.

Na região Amazônica, se tratando de agricultura, é recorrente a afirmação de que o solo é “pobre”, no entanto, o doutor em solo e plantas da Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), Paulo César Teixeira, afirma que existem determinados tipos de solo para cada cultivo na região. “As pessoas confundem as diferenças de cultivos entre os tipos de solos, pois a várzea é rica de nutrientes e a terra firme é o oposto”.

Nas terras de várzea, o regime dos rios, condiciona o ribeirinho a viver de acordo com as condições climáticas. A “seca” (vazante do rio) proporciona ao caboclo a plantação temporária de culturas. O solo, nesse período do ano, é enriquecido pelo húmus (grande concentração de material orgânico em decomposição). Segundo o agricultor José Bonifácio, plantar nesta região é bom, porque proporciona possibilidades maiores de cultivo. Mas, ressalta que, o produtor desta área tem que enfrentar as adversidades e deslocamento. “Só precisa se acostumar com período que a natureza determina”.
A Terra Preta Arqueológica - também chamada de Terra Preta de Índio, é encontrada em sítios arqueológicos, onde viveram grupos pré-históricos. Devido há grande quantidade de material deixado por esses grupos indígenas como fragmentos cerâmicos, carvão e artefatos líticos (de pedra). As áreas com Terra Preta Arqueológica são encontradas sobre os mais diversos tipos de solos e normalmente se localizam em terra firme, próximas às margens de rios, em locais bem drenados. A TPA pode ser identificada por sua cor escura, resultado da concentração de substâncias orgânicas depositadas no solo que apresentam altos teores de cálcio, carbono, magnésio, manganês, fósforo e zinco, elementos que tornam a terra fértil.
Apesar da grande quantidade de sítios arqueológicos já conhecidos, não se tem um mapeamento de todas as ocorrências de TPA na Amazônia. A estimativa é que ocorram centenas de sítios espalhados pela região. Somente em Caxiuanã, foram descobertos 28 sítios arqueológicos com terra preta. Diferente das outras é riquíssimo em nutrientes e pouco ácido, podendo ter 30cm ou até 2m de profundidade. Perfeita para o cultivo da macaxeira, jerimum, mandioca, graviola, pupunha, abacate, banana, e manga.
Na terra firme, o solo é escasso de nutrientes, no entanto, a natureza é renovável. As folhas caem no chão, e juntamente com os organismos (insetos, fungos, algas e bactérias) vivos reciclam os nutrientes dispostos no ambiente, abastecendo as raízes com elementos necessários ao desenvolvimento das plantas. Além disso, o clima quente e úmido da região permite a floresta possuir uma fina camada, dividida em duas: a mais escura é fértil e possui cerca de cinco centímetros de espessura; já a amarelada, onde ficam as raízes mais profundas, não contêm a mesma quantidade de adubos naturais. Já que as altas temperaturas permanecem praticamente o ano todo e a enorme umidade relativa do ar. Por isso, o cultivo torna-se mais difícil para os agricultores.

A calagem (aplicação de calcário, carbonato de cálcio e magnésio com intuito de corrigir a elevação do ácido da terra), possibilita as raízes absorver melhor os nutrientes do solo. Essa é uma “solução” encontrada pelos agricultores para o cultivo tradicional de determinados plantios.
A queimada para grandes plantios tem causado grande impacto na natureza. A maior delas é o aquecimento global. Milhões de hectares da floresta amazônica são derrubados para utilização de diversas culturas, embora haja previsão para o término deste plantio com redução da produção no decorrer dos anos. Esse conceito da agricultura tradicional de “queima e derruba” trás ao ser humano conseqüências irreversíveis. A maioria das queimadas realizadas pelos pequenos agricultores é controlada, no entanto, a grande quantidade de focos de incêndio detectados pelo satélite que as grandes propriedades são quem destroem a floresta para implantar uma agricultora intensa pelo grande investimento de capital.
Em todos os continentes as pessoas preocupam-se com a Amazônia, visto que as questões ambientais podem provocar desequilíbrio no planeta. No Brasil, os metereologistas não conseguem monitorar o clima, no Sul – seca, no Nordeste e Norte – cheia, podendo superar a de 1953 que chegou a 29, 69m.

A Embrapa juntamente com Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (Idam) estão trabalhando para conscientizar os agricultores dos problemas que a dependência de insumos acarreta ao solo e ao bolso do consumidor. Os produtos chegam a triplicar o valor devido esses materiais vir das regiões Sul e Sudeste do país.

As instituições cientificas comprovam que os projetos contemplam o desenvolvimento para a região, pois não degradam o solo. O doutor Paulo César lembra das práticas agroecológicas, com restos utilizados das hortas e resíduos de cinzas, em que o nitrogênio é produzido pelas plantas através do processo de fotossíntese.
Tipos de solo

Na superfície terrestre podemos encontrar diversos tipos de solo. Cada tipo possui características próprias, tais como densidade, formato, cor, consistência e formação química.
Solo argiloso: Possui consistência fina e é impermeável a água. Um dos principais tipos de solo argiloso é a terra roxa, encontrada principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Este tipo de solo é bom para a prática da agricultura, principalmente para a cultura de café.

Solo arenoso: Possui consistência granulosa como a areia. Muito presente na região nordeste do Brasil, sendo permeável à água.

Solo humoso: Presente em territórios com grande concentração de material orgânico em decomposição (húmus). É muito utilizado para a prática da agricultura, pois é extremamente fértil (rico em nutrientes para as plantas).

Solo calcário: É um tipo de solo formado por particulares de rochas. É um tipo de solo seco e esquenta muito ao receber os raios solares. Inadequado para a agricultora. Esses tipos de solo são muito comuns em regiões do deserto.














Vila Amazônia: cultura de fibra

Equipe: Evelyn, Hemilys, Karina, José Raimundo, Thaís e Egiberto.

Na década de 20, o Amazonas sofria declínio na economia. A concorrência dos asiáticos era desleal, comercializando a borracha pela metade do preço. Mas, o governador Ephigênio Salles na tentativa de estabilizar o problema, passou a oferecer terras aos japoneses em troca de mão-de-obra especializada.
A população japonesa crescia ligeiramente, embora muitos migrassem para o Peru e Estados Unidos, esses países começavam a impor regras aos estrangeiros. Uniu o útil ao agradável. No entanto, faltavam pessoas que acreditassem no projeto, pois, dois empresários japoneses desistiram por conta da distância, trabalho e investimento. E, comentando com o deputado Tsukasa Uyetsuka, acreditou que um projeto de imigração bem feito seria rentável, comprando 1,5 mil hectares onde hoje é a cidade de Parintins, a 390 km de Manaus. O local era estratégico, entre os rios Amazonas e o Paraná dos Ramos, em razão do escoamento tanto para Manaus quanto para Belém.
Originária da Índia, a juta foi escolhida para ser a base econômica da colônia. A comercialização de sacos de café e outras mercadorias, para absorver umidade e preservar seus conteúdos. Um projeto ousado no meio da Floresta Amazônica, já que os países não produziam em larga escala.
Mas, para isto acontecer, precisava de mão-de-obra qualificada. O deputado Uyetsuka, transformou uma escola de artes marciais, no Japão, na Escola Superior de Imigração (Kokushikan Koutou Takushoko Gakko). Desse nome surgiu a expressão Koutakuseis para identificar esses estudantes de 18 a 20 anos, que aprendiam técnicas de cultivo, noções de construção civil e língua portuguesa, além dos desafios na floresta.
O plano parecia perfeito. Boa localização, produto valorizado, trabalhadores qualificados. Porém, a juta não atingia o tamanho ideal para o corte (aproximadamente 4 metros). Além de colherem com o corpo submerso, mosquitos e pouca infra-estrutura da vila, com moradias simples. Até que Riota Oyama colheu mudas visosas, dando esperança para a colônia, que estavam desesperados para retornar ao Japão. Por ordem do deputado, entre 1933 e 1936, essas sementes foram plantadas e obtiveram êxito.
Com o apoio de empresas japonesas o projeto pôde continuar e conseqüentemente fundar em 1935, a Companhia Industrial Amazonense, subsidiária no Brasil da Cia. Industrial da Amazônia. E, duas tecelagens foram instaladas, a Brasiljuta e Fitejuta para suprir a demanda.
Sete turmas de koutakusei, ou 249 jovens foram enviados ao Brasil, em sete anos. A intenção era que tivesse 10 mil famílias e torna-se um pequeno Japão na Amazônia. Só que Uyetsuka não imaginava que estourasse a guerra, com a o ataque a Pearl Habour e com isso muitos imigrantes foram levados a Tomé-Açu, no Pará, como prisioneiros de guerra.
Hoje, a Vila Amazônia é apenas ruínas, colonos foram desapropriados, os bens foram vendidos em leilão como herança de guerra. Os caracteres japoneses nas lápides das pedras lembram homens com malária, febre amarela, para levar o plano da imigração no país.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Galeria de Fotos: Seringueira da Amazônia

Placa da Entrada


Eduardo, Jéssica, Madellyne, Eliana, Izabel e Marawe



Seringueira sendo cortada






Seringueira extraíndo o látex





Casa de banho





sábado, 16 de maio de 2009

Galeria de Fotos - Seringueira da Amazônia


Relógio francês - decoração

Tapiri de defumação

Ferramentas do seringueiro

Casa de banho

Armazém do seringal



Barracão de aviamento



Museu do Seringal
"Vila Paraíso"




Equipe:

Eduardo Gomes
Eliana Barbosa
Gabrilla Maués
Izabel Rocha
Jéssica Vasconcelos
Madellyne de Cássia
Marawe Mendonça

sexta-feira, 15 de maio de 2009

A esperança da biotecnologia

A crise dos alimentos, iniciada há algum tempo, que teve grande repercussão ano passado, lançou novamente os alimentos transgênicos em pauta, como alternativa para um mundo cada vez mais populoso e menos capaz de atender a necessidade dos bilhões de habitantes terrestres. Grande parte do receio da população comum com relação aos alimentos transgênicos se deve ao mistério que envolve esta tecnologia.
Não é segredo para nenhum especialista da área que os transgênicos são vistos com muito medo pela população, sendo capazes de causar mal à humanidade e trazer doenças nunca dantes vistas. Mas afinal, o que são transgênicos? Segundo a engenheira florestal da Embrapa, Regina Quisen, transgênicos são todos e quaisquer organismos que tiveram sua estrutura genética modificada, para se tornarem mais resistentes e nutritivas. A engenharia genética vem estudando e investindo fortemente nesta área, pois para os especialistas, ela será a fórmula do futuro para alimentar a população crescente do mundo.

Arroz transgênico

Em 2005 no Reino Unido, cientistas desenvolveram uma nova variação de arroz geneticamente modificado. Esta espécie contém até 20 vezes mais betacaroteno (pró-vitamina que o corpo humano transforma em vitamina A) que as linhagens criadas em laboratório anteriormente.
O novo grão vem sendo estudado como uma alternativa ao combate da cegueira infantil, nos países em subdesenvolvimento. Segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), a cada ano 500 mil crianças ficam cegas por falta de vitamina A, que é obtido através da absorção do betacaroteno no organismo. Há 5 anos, uma primeira linhagem de arroz dourado foi criada em laboratórios da Suíça. Na época, ela foi recebida como uma solução imediata para a cegueira infantil. No entanto, estudos posteriores revelaram que esta variação não produzia uma quantidade de betacaroteno suficiente para satisfazer as necessidades diárias de uma criança. Além disso, o preconceito e a polêmica em torno dos alimentos transgênicos ajudaram a impedir o cultivo experimental nos campos da Ásia.

A nova variedade do arroz dourado foi desenvolvida nos laboratórios da empresa de biotecnologia Syngenta. A empresa chegou a oferecer o arroz gratuitamente para centros de pesquisa em países asiáticos. Se conseguirem permissão dos governos, os laboratórios asiáticos poderão prosseguir com o plantio do novo arroz dourado.
Alguns engenheiros agrônomos e grupos de defesa do meio ambiente são contra a criação de alimentos geneticamente modificados para solucionar o problema. Eles afirmam que a melhor solução seria estabelecer uma dieta mais balanceada, com o betacaroteno vindo de fontes naturais, como legumes e frutas de cores amarelo-escuras ou verde-escuras.
O anúncio feito pelos britânicos foi a primeira evidência concreta de que a tecnologia dos alimentos geneticamente modificados pode resultar em cultivos que tenham como objetivo resolver o crescente problema da desnutrição nos países em desenvolvimento, que se agrava a cada ano. O uso dos transgênicos seria a solução imediata, enquanto a dieta balanceada certamente só poderia ser empregada em longo prazo.

Animais transgênicos


Não são apenas os alimentos que são geneticamente modificados. Em 2002, os pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo apresentaram um camundongo transgênico, para ser usado como cobaia em experiências de laboratórios. Os cientistas conseguiram, pela primeira vez no Brasil, alterar o código genético de um animal, através da técnica de a micro injeção pró-nuclear. Este método consiste em, logo após o acasalamento dos animais, os pesquisadores isolam o embrião e injetam nele o gene a ser estudado, que pode ser tanto de uma doença quanto de um gene a ser estudado.




Neste caso específico, o camundongo recebeu um gene que os cientistas apostam que protege seu coração. Depois disso, doenças cardíacas foram provocadas no animal, para saber se o animal ficou mesmo resistente. Se os resultados fossem comprovados, o gene serviria de base para a produção de remédios. O fator mais importante desta pesquisa foi que, de importador, os pesquisadores passaram a ser produtores de animais transgênicos. Mais de R$ 100 mil deixaram de ser gastos pelo governo brasileiro em importação de animais transgênicos para estudos e pesquisas científicas. Desta forma, não só o domínio da técnica, como o acesso às pesquisas ficou muito mais rápido. Em seis meses, os cientistas da Universidade Federal de São Paulo vão começar a fornecer as cobaias com gene resistente a doenças cardíacas.

Prós e contras
Quando Oswaldo Cruz, em 1904, convenceu o então presidente do Brasil, Rodrigues Alves, a decretar a vacinação obrigatória e formar os batalhões mata-mosquitos para combate de doenças como febre amarela e varíola, a população, que não estava informada sobre os benefícios da nova descoberta, não permitia que os higienistas entrassem nas casas e cortiços cariocas. Nas décadas seguintes, com mais cuidado e esclarecimentos, os governos conseguiriam implementar a vacina obrigatória.
Hoje, sabe-se que a falta de informação da população pode causar atrasos no desenvolvimento de uma nação. Se, no Brasil, não tivesse sido implantada a vacina obrigatória, não teríamos erradicado a varíola no país. O novo assusta, ainda mais quando se fala em modificações genéticas, assunto complexo e que gera muitas dúvidas. Talvez se deva aprender com a história, de um passado não tão distante, e não julgar o que não se conhece, para que o Brasil não viva um atraso científico e médico.


















Elaborado por: André Moreira, Bruce Willas, Florêncio Mesquita, Larissa Santiago, Lucas Prata e Stefanie Stefaisc.

SERINGUEIRA: DA EXPLORAÇÃO A EXTINÇÃO


Equipe: Alcicleide Almeida, Aryene de Castro, Erilane Facunda,Gibran Rezala, Izolda Pontes e
Jorge Miguel


SERINGUEIRA
Da exploração a extinção


A borracha começou a despertar o interesse mundial a partir de 1762, quando o botânico Fuset AubleyI descreveu a Havea brasiliensis e nesse mesmo ano, Fresneau, depois de haver pesquisado durante cerca de 20 anos a liquefação do produto coagulado, comunicou ao governo francês o fato de ter conseguido dissolvê-lo em terebentina.
Depois de 1845, quando a vulcanização propiciou uma maior comercialização da borracha, o volume de exportação desse produto, na Amazônia, passou a aumentar. Devido esse crescimento sua importância para a crescente indústria automobilística, seu cultivo homogêneo em larga escala foi tentado pela companhia FORD em Fordlândia (1928) e Belterra (1934), ambas no estado do Pará. Mas devido a incidência do fungo Microcyclus ulei , causador do mal da folhas, que dizimava as plantas, os empreendimentos foram abandonados .
No final dos anos 30, o Brasil se envolveu nos esforços de guerra ao lado dos aliados e assumiu a obrigação de garantir o fornecimento de borracha natural. A atividade de produção de borracha natural extrativa na Amazônia tende a desaparecer devido à competição quer seja pelos substitutivos sintéticos que seja pelos plantios racionais em áreas livres do ataque do mal -das- folhas.


SERINGUEIRA


Seringueira é uma árvore da família das Euphorbiaceae (Hevea brasiliensis) de folhas compostas, flores pequeninas e reunidas em amplas panículas, com fruto em uma grande cápsula com sementes ricas em óleo, cuja madeira é branca e leve, e de cujo látex se fabrica a borracha. Foi introduzida na Bahia por volta de 1906.
É uma árvore originária da bacia hidrográfica do Rio Amazonas, onde existia em abundância e com exclusividade, características que geraram o extrativismo e o ciclo da borracha, período da história brasileira de muita riqueza e pujança para a região amazônica, até que grandes hortos fossem plantados para fins de exploração, por ingleses, no continente africano tropical, na Malásia e no Sri Lanka. Dela podemos retirar o látex, para fazer a borracha e outras utilidades.
Em 1830 a exploração da seringueira em Manaus-AM aumentou muito, para fazer-se uma idéia, nessa época (1830) a população de Manaus era de 3.000 habitantes, com a exploração da planta, muitos imigrantes vinham para cá, assim, a população aumentou em 1880 para 50.000 habitantes, em 50 anos.
Um exemplo dessa riqueza, é o teatro de Manaus, Teatro Amazonas, que é construído com muito luxo, e suas ruas aos redores, são calçadas com borracha, para que as carruagens que passam na frente não fazerem barulho e atrapalhar o espetáculo que está à ocorrer.
Em 1906 já estava sendo exportadas mais de 80.000 toneladas de látex para todo o mundo, entretanto, nesta mesma época, um inglês chamado Henry Wickman, começou a contrabandear sementes de seringueira do Brasil, para a Malásia (situada no continente asiático), que começou a produzir mais que Manaus, o que fez com que a riqueza aqui diminuísse muito.


EXTRATIVISMO


Há sangria é a etapa mais importante da vida útil do seringal, uma vez que trata da extração do produto final. Abertura de painel deve ser feita quando cerca de 50% das plantas apresentarem circunferência igual ou superior a 45 cm a altura de 1,5 acima do solo. Atualmente há vários sistemas de exploração em uso, sendo que, na escolha, deve-se levar em consideração o clone, a fase de exploração e as condições ambientais. A fim de se obter um maior rendimento da mão-de-obra e aproveitar o potencial máximo de produção das plantas, deve-se empregar sistemas com freqüência reduzida de sangria e estimulação.


ECONOMIA


A importância econômica e industrial da borracha natural fazia da seringueira uma árvore estratégica, sendo cobiçada pelos ingleses que levaram as sementes e plantaram nas suas colônias na Ásia.
Na Ásia a seringueira foi cultivada como uma espécie comercial, diferentemente do Brasil, onde estava em seu habitat natural. Portanto, enquanto o sistema de produção brasileiro era o extrativismo, o asiático se baseava na exploração comercial. Esse foi o principal fator de sucesso da produção de borracha na Ásia. Além desse aspecto agronômico, na Ásia não existia o fungo causador do mal das folhas (Microcyclus ulei), que é uma das doenças mais comuns dos seringais - sobretudo na Amazônia.
O Brasil começou a perder credibilidade no mercado mundial, não conseguia competir com a Ásia, pois as árvores que são plantadas nos solos brasileiros sofrem com o mal das folhas.
O governo insistia na extração de borracha na região Amazônica, investindo dinheiro para substituição do sistema de produção. Mas, quase todas as tentativas de cultivo da seringueira na Amazônia fracassaram devido o fungo microcyclus.
O impacto na economia extrativista da Amazônia foi muito forte. As tensões cresceram entre produtores e seringueiros.


PRODUTO


O látex é uma secreção esbranquiçada, raramente amarelada, produzida por algumas plantas como a papoula e a seringueira quando seus caules são feridos e que tem a função de, uma vez consolidada com a oxidação, provocar a cicatrização do tecido lesado, por onde fluiu.
Largamente utilizado pela indústria para confecção de luvas e drenos cirúrgicos, é um material que pode causar processos alérgicos (dermatite de contato) de intensidade variável.
As principais características da borracha natural que a tornam uma excelente matéria-prima para setores tão variados são: elasticidade, flexibilidade, resistência à abrasão e à corrosão, impermeabilidade e fácil adesão a tecidos e ao aço.
A cadeia agroindustrial da borracha natural é composta por:
Segmento de insumos e serviços
- máquinas e equipamentos;
- assistência técnica;

segmento produtivo
- produção e extração do látex virgem;
- beneficiamento da borracha natural;

segmento consumidor
- indústria pesada (pneumáticos);
- indústria leve (artefatos);

segmento distribuidor:
- atacadistas e varejistas (de pneus e artefatos);
- recauchutagens;
- borracharias;

A indústria de artefatos, por sua vez, abrange diversos setores:-
-hospitalar/farmacêutico: catéteres, luvas cirúrgicas, tubos, preservativos, próteses, etc;
- brinquedos: balões, máscaras, bonecos;
- vestuário: tecidos emborrachados, meias, elásticos;
- calçados: solados, adesivos, etc;
- construção civil: pisos e revestimentos de borracha, placas, vedantes, etc.
- maquinário agrícola e industrial: revestimentos internos de cilindros, artigos prensados e peças em geral;
- auto-peças: câmaras de ar, batedores, coxins, guarnições, retentores, camel back (para recauchutagem), correias transportadoras, etc.


EXTINÇÃO DA ÁRVORE


O Brasil só começou a acreditar na borracha quando descobriu que poderia cultivar a seringueira fora da região amazônica, escapando do mal-das-folhas e utilizando modernas técnicas agronômicas.
Com o tempo os agricultores e pesquisadores começaram a levar a seringueira para regiões localizadas mais ao sul do país. Além disso, todas as políticas públicas, que sempre foram destinadas exclusivamente à borracha da Amazônia, passaram a contemplar, igualmente, as iniciativas de cultivo em outras regiões. Mas isso só começou a ocorrer nas décadas de 1970 e 1980.
As regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil têm ótimas condições de cultivo, particularmente nos estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
Nessas regiões, há mão-de-obra especializada e maior volume de capital para investimento em tecnologia. Além disso, a maioria das indústrias consumidoras está ali instalada, reduzindo os custos logísticos com o transporte da matéria-prima. O clima apresenta-se adequado para a seringueira, que perde suas folhas na estação seca, cortando o ciclo do fungo causador do mal-das-folhas e, conseqüentemente, mantendo as árvores sadias.
Apesar de todos os desafios, o cultivo da seringueira no Brasil está se estabelecendo como uma atividade lucrativa e sustentável. A produção ainda é pequena, mas cresce substancialmente a cada ano.
A indústria de beneficiamento de borracha passou por um forte período de modernização a partir de 1996, conseguindo produzir borrachas de elevado padrão de qualidade.
As perspectivas de crescimento da produção de borracha natural no Brasil são muito positivas. Espera-se que dentro de alguns anos o país possa, pelo menos, suprir as necessidades da indústria nacional.
A seringueira também ganha destaque nas discussões sobre efeito estufa e aquecimento global, uma vez que estudos mostram que a árvore pode fixar carbono e, desta forma, contribuir para a redução dos gases de efeito estufa.
Além disso, a Hevea brasiliensis é uma espécie apta à reposição florestal e sua madeira pode ser comercialmente explorada.
No Amazonas o Programa de Pesquisa da Seringueira, da Embrapa ( Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), tem avaliado o desempenho da produção de borracha natural a partir dos clones de painel utilizando as técnicas da enxertia de clones de copa resistentes. Os clones de copa foram desenvolvidos por meio da seleção e de cruzamento controlados entre outras espécies de seringueira resistentes ao mal-das-folhas, com destaque a Hevea guianensis var marginata, Hevea paucifora e Hevea rigidifolia.


PING-PONG


Em razão da alta suscetibilidade da seringueira ao fungo causador do mal das folhas, a EMBRAPA ( Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolve no território, projeto de pesquisa realizando mutações para combater o inimigo número um da Hevea brasiliensis.
O pesquisador José Roberto Fontes, concedeu uma entrevista para a revista ECOARTE falando um pouco dessa pesquisa realizada.


Ecoarte: Quais as características da borracha natural e da borracha sintética?
José Roberto Fontes: A seringueira Hevea brasiliensis é a principal espécie vegetal que produz borracha natural. Existe a produção de borracha sintética que é derivada de petróleo e a borracha natural que é produzida pela seringueira. A borracha natural tem algumas características, algumas qualidades industriais que a borracha sintética não tem, por exemplo, o pneu de aviação de altíssima resistência a pressão, a impacto, porque uns aviões desses aí, jatos comerciais pesa 90 toneladas, 50 toneladas dependem da carga que transportam. Um pneu desses quando batem no solo podem estourar então a borracha natural é um dos poucos compostos que tem essa característica de resistir à pressão. Luva cirúrgica também, preservativos, látex natural tem algumas qualidades que permitem que sejam feitas vários tipos de produtos industrializados.


Ecoarte: Qual o maior País produtor de borracha natural atualmente?
Fontes: Os maiores países de borracha natural, atualmente estão situados na Ásia. Principalmente Malásia, Indonésia e Tailândia. Na índia tem apresentado um crescimento expressivo tanto na área plantada com seringueira, quanto na parte de produção. E tantos outros países estão se dedicando ao plantio, Vietnã e China.


Ecoarte: Hoje ainda existem seringueiros?
Fontes: Segundo a Secretaria de Produção Rural do governo do estado (SEPROR- AM) tem um programa de fomento da produção e ano passado foi informado que existia cerca de 2.300 à 2.400 seringueiros assistidos por esse programa.


Ecoarte: Em sua opinião como pesquisador, o número de seringueiros está dentro de um nível padrão? Está acima ou abaixo?
Fontes: Na realidade deve existir muito mais seringueiro fazendo a extração do látex, eu não tenho essa informação para dar, porém deve haver alguma dificuldade em atender a todo. Pense em um estado desse tamanho, tem seringueiro lá no Juruá, no alto Purus, alto Solimões então muitos espalhados. Na Calha do Madeira também tem seringueiro e em direção do Pará. São informações nós não temos devido à falta de acesso.


Ecoarte: Como está a produção de seringa e a exportação atualmente?
Fontes: Hoje, o Brasil praticamente importa 2/3 do que consome. O nosso consumo atualmente esta na faixa de 340 mil toneladas de borracha natural por ano. É a gente produz em média 120 mil toneladas de borracha por ano. Ou seja, temos que importar cerca de 65% do que consome. É perda de divisa porque estamos deixando de produzir aqui e temos que gastar pagar em dólar para produzir.


Ecoarte: Existe algum projeto da Embrapa para valorizar mais a seringa?
Fontes: A Embrapa foi criada aqui em Manaus como centro nacional de pesquisa de seringueira em 1974, justamente pra concentrar pesquisadores e esforços de pesquisa para gera resultados que possibilita-se o aumento da produção e do plantio racional das seringueiras.


Ecoarte: Esse projeto esta trazendo os resultados que eram aguardados?
Fontes: A seringueira era atacada por um fungo que se chama mal das folhas essa doença provoca a queda das folhas, a planta tenta se reifolhar novamente e é atacada de novo, com isso, o fungo acaba matando a árvore com isso pensou-se então na possibilidade de fazer o cultivo empregando a técnica da enxertia de copa resistente. Que é a substituição da copa própria do clone de painel por um clone de copa que é tolerante e resistente ao mal das folhas.